O Brasil
tem 2,6 milhões de crianças e adolescentes (entre 5 e 17 anos) em situação de
trabalho infantil, segundo levantamento feito pela Fundação Abrinq. O panorama
nacional da infância e adolescência é lançado nesta terça-feira (21) pela
organização sem fins lucrativos que promove a defesa dos direitos de crianças e
adolescentes.
A
pesquisa ainda aponta um aumento de 8,5 mil crianças de 5 a 9 anos em situação
de trabalho infantil, e redução de 659 mil crianças e adolescentes na faixa de
10 a 17 anos na comparação entre os anos de 2014 e 2015 – segundo dados da Pnad
2015.
A
maior parte delas encontra-se nas regiões Nordeste e Sudeste, sendo que,
proporcionalmente, a Região Sul lidera a concentração desse público nessa
condição.
A
compilação reúne os dados mais recentes no tema, disponibilizados em órgãos
como IBGE, Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Disque Denúncia, entre
outros.
Pobreza
O
“Cenário da Infância e Adolescência – 2017” também revela que 17,3 milhões de
crianças de 0 a 14 anos, equivalente a 40,2% da população brasileira nessa
faixa etária, vivem em domicílios de baixa renda, segundo dados do IBGE (2015).
Entre
as regiões que apresentam a maior concentração de pobreza (pessoas que vivem
com renda domiciliar per capita mensal igual ou inferior a meio salário
mínimo), o Nordeste e o Norte do País continuam apresentando os piores
cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo nessa condição.
O
guia também traz números sobre o que é considerado como “extrema pobreza”, isto
é, crianças cuja família tem renda per capita é inferior a ¼ de salário mínimo:
5,8 milhões de habitantes (13,5% da população) de 0 a 14 anos de idade.
A
publicação chama a atenção sobre o fato de as regiões que mais concentram
crianças e adolescentes no Brasil apresentarem, justamente, os piores
indicadores sociais. No Norte do país, 25,5% dos bebês dos nascidos são de mães
com menos de 19 anos.
Violência
De
acordo com o estudo, quase 18,4% dos homicídios no país são praticados contra
crianças e adolescentes. Pouco mais de 80% deles com armas de fogo.
A
região Nordeste concentra a maior proporção de homicídios de crianças e jovens
por armas de fogo e supera a proporção nacional em 5,4 pontos percentuais.
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