Com
apenas 4 anos de idade, Ismail Ali mal pode ver a luz do sol todos os dias. O
menino sofre de uma doença raríssima – a síndrome de Crigler-Najjar -, uma
condição genética caracterizada pela incapacidade do corpo de converter e
eliminar do sangue a bilirrubina, provocando o seu aumento e, consequentemente
uma forma de icterícia.
Bilirrubina
é um pigmento biliar derivado da degeneração natural de glóbulos vermelhos. O
aumento de sua concentração no sangue pode levar ao acúmulo de toxinas que,
segundo os médicos, pode provocar surdez, danos cerebrais ou falência dos
órgãos.
Para
tratar a condição, Ismail passa 20 horas de seu dia sob luz ultravioleta - ele
brinca, come e dorme dentro do quarto, sob os efeitos da luz.
“Ele
é muito ativo, adora correr para lá e para cá, pular. Mas o problema é que ele
tem que ficar na cama fototerápica médica. Então ele odeia”, contou a mãe,
Shahzia.
“Especialmente
porque tem uma irmã de 7 anos, ele só queria correr e brincar com ela, como uma
criança normal de 4 anos. Isso é quase como uma prisão para ele.”
A
doença de Ismail é muito rara, com registros de um caso em um milhão de
nascimentos. A mãe explica que o corpo do filho não produz a enzima necessária
para “quebrar” a bilirrubina em seu sangue.
A
fototerapia é um procedimento em que a criança é colocada sob uma luz azul
fluorescente que age quebrando a molécula de bilirrubina e facilitando a sua
eliminação pela urina e pelas fezes. Assim, o corpo consegue reduzir seus
níveis. No entanto, quanto mais velha a criança fica, menor é a eficácia do
tratamento.
Segundo
a ONG americana Nord, dedicada a melhorar a vida de de pacientes com doenças
raras, a única cura definitiva para a síndrome de Crigler-Najjar seria um
transplante de fígado.
A
família tem tentado melhorar sua qualidade de vida o máximo possível. Um amigo
lançou uma campanha para arrecadar dinheiro que permita a contratação de uma
cuidadora em tempo integral para ajudar os pais.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário