junho 08, 2015

Por que toda discussão política acaba em briga? Cientistas explicam


Sabe quando você está em um almoço de família e todo mundo começa a discutir política?
Você tenta se concentrar na lasanha. Procura cantar uma música dentro da sua cabeça paradispersar os maus sentimentos. Mas não consegue evitar que uma veia pule do seu pescoço.
Tomado pelos seus instintos mais primitivos, você começa a discutir. A lasanha esfria.
Um grupo de pesquisadores do centro de Psicologia Evolutiva da University of California, publicou um estudo que explica por que ficamos tão nervosinhos ao discutir política.
De acordo com o estudo, que foi publicado na revista Cognition, nosso cérebro é condicionado desde a pré-história a enxergar pessoas que têm visões divergentes da nossa como membros de grupos rivais.
Quando a humanidade ainda se resumia a esparsos grupos de caçadores-coletores, fazer alianças era algo decisivo para a sobrevivência. “Quando as pessoas expressam opiniões que refletem a visão de diferentes partidos, nossas mentes automaticamente os associam a coalizões rivais“, disse David Pietraszewski, pesquisador-chefe, em comunicado escrito.
Outro fato curioso descoberto no estudo é que quando este “sistema de nós contra eles” já foi aplicado a um estranho por sua filiação política, as pessoas (pelo menos os americanos) tendem a ignorar um outro fator de classificação: a raça.
“O mundo está cheio de categorias sociais, como os atletas, os encanadores, os velhos e os roedoras de unhas, mas só algumas categorias são interpretadas pela mente como coalizões — grupos de indivíduos que se ajudam contra rivais“, disse John Tooby, professor de antropologia da University of California e co-autor do estudo.
Como funcionou o estudo?
Os pesquisadores filmaram discussões políticas entre dois grupos de opiniões divergentes. Depois, mostraram dois vídeos resultantes desses debates a voluntários. O primeiro continha negros e brancos discutindo. O segundo, homens e mulheres. O terceiro, pessoas com mais de 70 anos e pessoas menos de 20 anos.
Depois, os participantes tiveram de categorizar as pessoas que figuravam nos vídeos em dois grupos diferentes. No caso da discussão entre negros, os participantes tenderam a classificar as pessoas por partido político. Nas discussões entre homens e mulheres e jovens e velhos, porém, as classificações de gênero e idade foram muito mais recorrentes.
“Categorizar as pessoas como republicanos versus democratas causou um declínio na categorização de raça, mas não de gênero e idade”, disse Pietraszewski.
FONTE: Brazilian Post

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