O novo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), eleito em primeiro turno com 63,5% dos votos válidos, já começou as articulações para dar sustentação política à gestão que irá iniciar a partir de janeiro.
Ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, Dino fez um balanço das eleições ao Legislativo do Maranhão e disse acreditar que conseguirá ter maioria em sua base de apoio tanto na Assembleia Legislativa do Estado quanto entre os deputados federais eleitos.
“Nossa vitória foi obtida com apoio da maioria esmagadora dos municípios do Estado. Foi uma verdadeira mensagem ao Brasil, ao coronelismo mais longevo que havia. Ganhamos em praticamente 200 cidades”, lembra Dino, que foi o mais votado em 195 dos 217 municípios do Maranhão.
No governo, Dino garante que não haverá devassa. “Trocaremos o primeiro escalão, mas quem é técnico e exerce bem sua função a partir do segundo escalão vai permanecer. Não haverá caça às bruxas, até porque queremos ter condições de governar bem desde o primeiro dia.”
Dino ainda não revela quem estará na linha de frente de sua administração, mas três nomes são dados como certos em seu entorno: o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB); o presidente do PCdoB do Maranhão, Márcio Jerry; e o ex-deputado Marcelo Tavares (PSB). Os três foram os principais articuladores políticos da sua candidatura.
Nesta semana, Dino designará a equipe que ficará responsável pelo contato com o atual governo, de Roseana Sarney (PMDB), para iniciar o processo de transição, sobre o qual o eleito prefere não polemizar. “Espero apenas que as providências sejam tomadas, os pedidos atendidos e que seja dado pleno acesso aos dados do governo.”
Sobre as primeiras medidas que adotará, Dino lista cinco prioridades: retomar o comando do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, hoje dividido por duas facções criminosas; melhorar o “controle social” das contas públicas, facilitando o acesso aos dados de receita e despesa da gestão; aumentar o número de auditores fiscais, promovendo concurso para contratação de novos profissionais; lançar uma grande campanha de alfabetização para jovens e adultos, pois “o Maranhão tem na população com mais de 15 anos cerca de 20% de analfabetos”; e promover um conjunto de medidas para atender cidades do Maranhão que estão entre as últimas colocadas do país no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
“Vamos identificar as cadeias produtivas dessas cidades para estimular sua produção, assegurando mercado com o governo sendo seu comprador”, disse Flávio Dino.
Eleito por uma coligação que contava com partidos que se espalharam entre as três principais candidaturas presidenciais no primeiro turno, Dino disse que buscará no segundo turno uma solução “que não desagregue a aliança local”.
“Vou começar essas conversas, falar com meu vice [que é do PSDB]. Fui apoiado pelo PSB e grande parte do PT esteve na campanha conosco. Acredito que a tendência é liberar cada partido para fazer sua política e eu ficar neutro na disputa para presidente, como fiz no primeiro turno. Seria um desrespeito meu declarar apoio agora, tendo PT e PSDB como meus aliados”, pontuou o governador eleito. (Com informações do Valor Econômico)
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