fevereiro 09, 2015

Se insistir no erro, Dilma pavimentará saída do PT do poder

Blog do Kennedy
Se insistir nos erros políticos e econômicas, a presidente Dilma Rousseff deverá ter um segundo mandato pior do que o primeiro. Também pavimentará a eventual saída do PT do poder na eleição presidente de 2018.
Apontada pelo Datafolha no final de semana, a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff já era esperada. Motivos: medidas como o ajuste fiscal e o reajuste de tarifas controladas pelo poder público. Com a Operação Lava Jato, pesou também uma agenda negativa que foge ao controle do governo.
No entanto, erros da presidente acentuaram a queda. O governo conseguiu piorar o que já seria ruim. Dilma demorou a anunciar medidas do ajuste fiscal. Na sequência do anúncio, a equipe se retraiu, e Dilma não explicou aos eleitores por que tais medidas, que contrariavam o discurso de campanha, seriam necessárias.
Após a posse, só fez novo discurso na reunião ministerial, quase um mês depois. É muito tempo de silêncio. Um presidente tem de liderar, explicar as razões de medidas duras. Isso passa por uma relação frequente e transparente com a imprensa e por discursos mais frequentes. O ex-presidente Lula, nas crise de 2008/2009 e do mensalão, fazia praticamente um discurso por dia e dava mais entrevistas do que Dilma.
De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada no fim de semana, a popularidade da presidente despencou de dezembro para cá. O índice de ótimo/bom caiu de 42% para 23%. A taxa de ruim/péssimo subiu de 24% para 44%. E aumentou o pessimismo em relação à economia.
A presidente escuta pouco, decide sozinha e não quer enfrentar a realidade. Errou ao tentar isolar o PMDB e perdeu a eleição para a presidência da Câmara. Errou ao indicar para a Petrobras alguém que, na largada, trouxe expectativas negativas e não positivas para o futuro da empresa.
A ideia de isolar o PMDB é de uma ingenuidade que um presidente da República não pode ter. Na Petrobras, perdeu uma oportunidade de começar a recuperar a empresa. Agora, fragilizada, tem de aprovar medidas impopulares no Congresso. Um presidente fraco fica mais sujeito a chantagens. Talvez tenha de fazer mais concessões para aprovar as medidas do ajuste.
Dilma precisa resolver um problema de cada vez. Fechar um acordo definitivo com o PMDB. Fazer o debate político em defesa das medidas que considera necessárias. Em algum momento, corrigir o erro que cometeu na demissão de Graça Foster da Petrobras. Precisa ampliar sua interlocução política e empresarial. Ouvir mais, como prometeu que faria depois da eleição e não cumpriu.

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