Do: blog do Ricardo Setti
Amigos, sabem Yoaní Sánchez, a cubana que consegue manter seu blog independente sobre Cuba na internet graças a emails que ela envia para colaboradores no exterior? A mesma Yoaní que foi impedida pelo regime de viajar aos Estados Unidos para receber, dois anos atrás, o prestigioso prêmio Maria Moors Cabot de jornalismo da Universidade Colúmbia, tal qual ocorreu com outros prêmios internacionais?
A blogueira que já sofreu incontáveis represálias e ameaças, e chegou a ser sequestrada e espancada por agentes do regime há pouco mais de um ano?
Pois bem, as agruras de Yoaní, 35 anos, sob a ditadura dos irmãos Castro não são nada perto do que se passa com a colega Tal al-Malluhi, da Síria.
Com apenas 17 anos, ela foi presa a 27 de dezembro de 2009 por agentes da repressão síria em Damasco, enquanto na casa de sua família em Homs, a 160 quilômetros da capital, outros agentes confiscaram seu computador, um notebook, discos rígidos e um telefone celular. A partir daí, Tal al-Malluhi sumiu do mapa. Só reapareceu para a família e os amigos num tribunal – de uma Justiça sem a mínima independência do regime – que a condenou a 5 anos de cadeia por “espionagem”.
Seu gravíssimo crime foi postar um blog onde escrevia poemas, intercedia pelos direitos do povo palestino e, aqui e ali, fazia comentários cuidadosos sobre o dia-a-dia das pessoas comuns na Síria e as dificuldades de as pessoas expressarem suas ideias.
Tal al-Malluhi continua encarcerada, apesar dos protestos de ONGs de direitos humanos, especialmente da Anistia Internacional, cuja diretora no Reino Unido, Kate Allen, disse que prender alguém, como a jovem, por discutir a liberdade de expressão é “uma desgraça absoluta”.
Seu blog, só com versão em árabe, continua no ar — sem atualização.
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