por Thiago da Costa Cartaxo Melo
A mais manjada estratégia política do PMDB para driblar os holofotes da mídia parece estar dando certo.
Ao colocar um pastor reacionário na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, os protestos da sociedade, principalmente através das redes sociais, centralizam-se para um deputado federal do PSC. Retira-se toda e qualquer pressão que havia contra os presidentes peemedebistas das Casas do Congresso Nacional.
Manifestantes contra a eleição de Renan no senado
E como fica o 1,6 milhão de assinaturas “Fora Renan” da presidência do Senado? E os processos que correm na Justiça contra o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito que estavam sendo ostensivamente divulgados?
Lembro-me do filme “O Homem que Copiava” (2003), em que André (Lázaro Ramos), para desviar a atenção da imprensa e impactar as investigações, coloca uma galinha para distrair a publicidade gerada na explosão e morte do pai da Silvia (Leandra Leal). No final, a galinha sobrevive e ninguém fala mais do crime que foi cometido; só se fala no galináceo.
A galinha, no contexto atual da política brasileira, nada mais é que o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), colocado estrategicamente como peça no jogo de xadrez pelos peemedebistas. O objetivo: mudar o foco de pressão que se fazia sobre o PMDB, usando a força da legenda para manter o pastor na cúpula dos Direitos Humanos da Câmara e, assim, dividir as atenções da sociedade.
Thiago da Costa Cartaxo Melo é advogado e especialista em Análise Política e Relações Institucionais pela Universidade de Brasília
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