fevereiro 29, 2012

Governadores se reúnem na casa de Roseana em Brasília para discutir pacto federativo



Brasília – A chamada “PEC 29”, que aumentou os gastos dos estados com a Saúde; o novo Piso Salarial do Magistério, retroativo a janeiro e com impactos de diferentes intensidades para estados e municípios; e a possibilidade de aprovação da chamada “PEC 30”, que nivela os salários da Polícia Militar dos estados aos da PM do Distrito Federal. Esses são alguns dos fatores que unem praticamente todos os governadores em torno da certeza de que pelo menos 19 das 27 unidades da federação estarão irremediavelmente “quebradas” a partir de 2013.
Preocupados com a situação, 18 estados representados por seus governadores ou vice-governadores estiveram reunidos, nesta terça-feira (28), em Brasília, inicialmente na residência da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e mais tarde com o presidente da Câmara Federal, deputado Marcos Maia, e o presidente do Senado, José Sarney, no gabinete deste.

Os governadores buscam a efetivação do pacto federativo. Antonio Anastasia (Minas Gerais) e André Pucciinelle (Mato Grosso do Sul) afirmaram que os estados devem zerar seus interesses individuais para se unirem na principal questão coletiva, que é a da viabilidade econômica de todas as unidades da federação.
Marconi Perillo, governador de Goiás, ressaltou que provavelmente não conseguirá fechar as contas deste ano, tamanha é a diferença entre o orçamento do Estado e as demandas já regulamentadas para 2012. “A situação é da maior gravidade e, caso não aconteça nada de novo em favor dos estados, estaremos todos inviabilizados”, assegurou.
Os 18 estados reunidos, nesta terça-feira (18), em Brasília, acataram a sugestão da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, de se dividirem em equipes de trabalho que vão se debruçar sobre as alternativas capazes de aliviarem a atual situação.
Uma das equipes vai trabalhar sobre a questão da divisão dos royalties do petróleo; outra sobre a renegociação da dívida dos estados; uma terceira equipe sobre a recuperação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do chamado comércio não presencial, ou seja, do crescente consumo de bens pela internet; uma quarta equipe de governadores vai discutir sobre a correção dos prejuízos produzidos pela Lei Kandir; um grupo para a questão do Fundo de Participação dos Estados (FPE); e outra equipe para os temas atinentes ao, Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), mais precisamente sobre os danos provocados pela guerra fiscal.
Feitos esses estudos, os estados, por meio dos seus representantes, voltam a se reunir para propor, ao Governo Federal e ao Congresso Nacional, novas fórmulas de obtenção de receitas, sem as quais, asseguram todos os governadores presentes, não há como atender as necessidades de investimento, pagar salários e cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Participaram dos encontros em Brasília os governadores de Alagoas, Teotônio Vilela Filho; do Distrito Federal, Agnelo Queiroz; de Goiás, Marcone Perillo; do Maranhão, Roseana Sarney; do Mato Grosso, Sinval Barbosa; do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli; de Minas Gerais, Antonio Anastasia; do Pará, Simão Jatene; do Rio Grande do Norte, Rosalba Rosado; de Rondônia, Confúcio Aires Moura; e de Roraima, José de Anchieta.
Como representantes dos governadores dos seus estados, participaram Domingos Aguiar Filho, vice-governador do Ceará; Rômulo Gouveia, vice-governador da Paraíba; João Oliveira, vice-governador do Tocantins; deputado federal Átila Lira, do Piauí; e representantes de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Informação:Blog do Décio

Secretaria de Estado de Educação diz que professor do MA recebe piso


NOTA – SEDUC
No Maranhão, a jornada semanal praticada pelo professor da rede estadual de ensino é de 20 horas semanais. Portanto, não existe nenhum profissional na rede com carga horária diferente.
Sobre o piso salarial da categoria, o Governo do Estado reajustou em outubro de 2011, por meio da Lei nº 9.506, os vencimentos dos profissionais do Magistério da Educação Básica, com base no piso salarial nacional.
Atualmente, o professor com nível superior, em início de carreira, para uma jornada de 20 horas semanais, tem vencimento básico de R$ 927,27, mais 104% da Gratificação por Atividade do Magistério (GAM), o que totaliza remuneração de R$ 1.891.63.
Já um professor com nível médio no Maranhão, com 20 horas/semanais, tem vencimento básico de R$ 678,33, que é acrescido da GAM de 75%, chegando à remuneração mensal de R$ 1.187,08.

fevereiro 28, 2012

CCJ aprova projeto que aplica Ficha Limpa no serviço público


Deputado Zé Carlos, autor do Projeto
Deputado Zé Carlos, autor do Projeto
Em votação unânime, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Assembleia Legislativa aprovou, na manhã desta terça-feira (28), projeto de lei de autoria do deputado Zé Carlos (PT), que institui a exigência de ficha limpa para a contratação de servidores no serviço público.
O projeto, que teve como relator o deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB), tramita na Casa desde o início da atual legislatura, em fevereiro de 2011, e foi colocado em pauta, a pedido de relator, na reunião ordinária desta terça-feira, conduzida pelo presidente da CCJ, deputado Manoel Ribeiro (PTB).
Em seu parecer, Rubens Júnior defendeu a aprovação do projeto, assinalando que o Supremo Tribunal Federal concluiu, no dia 17 de fevereiro passado, um dos julgamentos mais aguardados dos últimos anos: a análise da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa. O STF ratificou a validade da Lei da Ficha Limpa para as eleições municipais de 2012.
Segundo Rubens Júnior, o projeto do deputado Zé Carlos coaduna-se com o princípio da moralidade no serviço público. Zé Carlos explica na sua proposta que, com a aprovação deste projeto, que irá à votação do plenário, a exigência também para o serviço público garantirá melhor qualidade do funcionalismo admitido, tanto no Executivo, quanto no Legislativo e Judiciário.
Após a reunião da CCJ, o deputado Zé Carlos anunciou que também irá apresentar o projeto de lei Motorista Ficha Limpa. Ele explicou que a proposta é conceder ao motorista ficha limpa (aquele que não cometer infração, que não tiver registro de desrespeito às leis de trânsito) um crédito progressivo a partir do primeiro ano de desconto de 10% do pagamento do IPVA; 20% para o segundo ano se consecutivamente não tiver notificação e desconto máximo de 30% a partir do terceiro ano sem ele ter cometido nenhum infração.

Piso salarial nacional de professor vai para R$ 1.451



Brasília – O Ministério da Educação informou ontem que o novo piso salarial nacional para professores será de R$ 1.451, retroativo a 1º de janeiro.
O novo valor representa reajuste de 22,22%. O MEC usa como parâmetro o aumento no valor gasto por aluno no Fundeb (fundo para desenvolvimento da educação básica), como prevê a legislação do piso, de 2008.
O piso, hoje de R$ 1.187, deve ser pago por Estados e municípios para professores com nível ensino médio com jornada de 40 horas semanais.
A legislação prevê que um terço de carga horária seja fora de sala -na preparação de conteúdo, por exemplo.
Apesar de estar em vigor há quatro anos, a lei ainda é desrespeitada por muitos Estados e municípios – no Rio Grande do Sul, por exemplo, o valor pago hoje é de R$ 791.
“Na verdade, a lei completa não é cumprida praticamente em lugar nenhum”, disse o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Roberto Franklin de Leão. Em São Paulo, o valor pago é R$ 1.988 (veja tabela ao lado e leia mais aqui).
A Confederação Nacional dos Municípios calcula que o novo piso tenha impacto de R$ 7 bilhões nas cidades. A entidade estima que 32% dos municípios paguem salários abaixo do piso. A CNM afirma que o grande problema é destinar um terço da jornada para atividades fora de sala de aula. “Isso exige 300 mil professores a mais”, diz o presidente, Paulo Ziulkoski.
O Conselho Nacional de Secretários de Educação afirmou que a maioria das 27 unidades da federação enfrenta dificuldades orçamentárias para cumprir a lei.
A entidade pede que o MEC troque o índice de reajuste pelo INPC -que fechou o ano passado em 6,08%-, que complemente os recursos necessários em Estados sem condições e que haja um cronograma para a implantação da reserva de um terço da jornada de trabalho.

TCE-MA pretende disponibilizar a prestação de contas dos municípios na internet



Presidente do TCE-MA, conselheiro Edmar Serra Cutrim
Fonte: Empoderamento

A partir deste ano, o Tribunal de Contas do Estado do Maranhão-TCE receberá as prestações de contas dos recursos públicos municipais em meio eletrônico. As notas de empenho, ordens de pagamento, extratos bancários, processos licitatórios serão entregues digitalizados.

Ou seja, toda aquela papelada que prefeitos e prefeitas entregavam ao tribunal no mês de abril agora vai ser substituída por um simples CD. De acordo com o presidente do TCE-MA, conselheiro Edmar Cutrim,  "isto vai garantir mais agilidade ao processo de análise de contas e, por conseguinte, diminuir custos".




Com a Instrução Normativa nº 25/2012, os municípios terão que enviar documentos necessários à comprovação da execução orçamentária e financeira do exercício digitalizados, gravados em CD e entregar ao TCE até o dia 02 de abril.

Ontem, em reunião da Comissão Organizadora Estadual da Consocial o auditor do TCE-MA, Fábio Alex Melo, informou a todos que o tribunal irá disponibilizar em seu site o acesso às prestações de contas apresentadas pelos prefeitos.

Isto é uma verdadeira revolução, tendo em vista que a maioria dos prefeitos e prefeitas guardam a sete chaves a PC com medo de que a população saiba para onde foram os recursos.

E não se iluda, caro leitor, a maior parte dos recursos destinados às prefeituras do Maranhão é desviada por prefeitos e prefeitas  que trabalham apenas para saqueá-los para atender seus interesses pessoais ou de seus "grupos" políticos.

Com a disponibilização, o povo vai saber para onde foi  o dinheiro da merenda escolar, do Fundeb, do FPM dentre outros. Até a conta do carnaval vai estar disponível, esta uma das principais fontes de desvios no interior do MA.

Uma outra informação dada por Fábio Alex foi a de que o Planejamento Estratégico do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão deste ano contempla ações para formação e capacitação de conselhos municipais de acompanhamento e controle social.

A cidadania agradece!

fonte: Welliton Resende, ex-analista do TCE/MA (Tribunal de Contas do Estado do Maranhão), auditor da CGU (Controladoria Geral da União), educador popular, militante do Movimento de Controle Social e Combate à Corrupção do Maranhão.

Vereador mata madrasta com 1 tiro na testa no Maranhão


Rosilene Feitosa Rodrigues, de 35 anos, foi encontrada morta dentro da própria resdidência, a manhã desta segunda-feira (26), na Travessa do Milagre, S/N, no bairro Francisco Rolim, na cidade de Paulo Ramos. O acusado de ter cometido o crime foi o vereador Uelson Lopes de Andrade, de 37 anos.
Segundo informações da polícia, Rosilene Rodrigues era esposa do pai do vereador, que há anos estava separado da mãe do acusado. Uelson Andrade não aceitava o casamento entre o pai e a vítima.
Revoltado com a situação, o acusado planejou o crime e foi até a casa de Rosilene, pediu ao filho da vítima - um adolescente de 12 anos - que chamasse sua mãe. Ao ver Rosilene, o vereador sacou o revólver calibre 38 e disparou contra Rosilene, que foi atingida na testa e morreu no loca.
O delegado Fernando Rezende, da delegacia de Paulo Ramos, disse que o caso já está sendo investigado. Ele tentou ouvir o filho da vítima que presenciou o assassinato, mas não foi possível devido o adolescente está em estado de choque.
O acusado fugiu em uma Montana Preto e abandonou o carro em uma fazenda dele, nas proximidades de um povoado do município de Paulo Ramos.
O delegado Rezende acredita que o acusado tenha fugido em uma moto contando com o auxílio de uma outra pessoa. O acusado está sendo procurado pela Polícia.

fevereiro 27, 2012

Como combater o mosquito da Dengue de força artesanal.

No verão, quando os mosquitos proliferam e no mínimo nos irritam com seu violino desafinado, é bom conhecer uma receita para nos livrarmos deles. Ainda mais em tempos de dengue...
Como matar mosquitos de modo ecologicamente correto:
O que nós precisamos é, basicamente: 
200 ml de água, 
50 gramas de açúcar mascavo, 
1 grama de levedura (fermento biológico de pão, encontrado em qualquer supermercado ) e uma garrafa plástica de 2 litros
e 1 faca Olfa...
A seguir o passo a passo da armadilha para os mosquitos:
1. Corte uma garrafa de plástico ao meio.
    Reserve a metade com o gargalo; ela será necessária.


2. Misture o açúcar mascavo com água quente.
    Deixe esfriar.
    Depois de frio, despeje na garrafa.


3. Acrescente a levedura .
    Não há necessidade de misturar.
    Ela criará dióxido de carbono.


4. Pegue a metade da garrafa que reservou, e com o gargalo virado para dentro, tampe a outra metade.


5. Enrole com um saco ou pedaço de plástico preto, cuidando para deixar a parte de cima descoberta, e coloque em algum canto de sua casa.


Em duas semanas você verá a quantidade de mosquitos que morreu dentro da garrafa.


Podemos usar esse método em creches,escolas e incentivar o uso em todas as casas,pois é barato,pratico e artesanal.

fevereiro 25, 2012

REYNALDO GIANECCHINI: "MEU TRANSPLANTE FOI UM RENASCIMENTO"


O ator Reynaldo Gianecchini diz que não esperava enfrentar a morte tão cedo. “Mas ela estava ali na minha frente. Comecei a viver o presente de forma intensa” (Foto: J.R. Duran)

 
De Época
Pequenos objetos como elefantes, bicicletas, velocímetro de táxi, placa de carro de Montevidéu e girassóis artificiais preenchem cada canto da sala de estar de Reynaldo Gianecchini. Na estante do apartamento em que o ator mora, na região paulistana dos Jardins, há DVDs de músicas de Carnaval, do filme argentino Um conto chinês e de O artista, sensação deste Oscar. Um imenso livro de fotos de Steve McCurry, o lendário fotógrafo da revista National Geographic, domina a mesa de centro. Uma poltrona de Sergio Rodrigues fica em frente à televisão de plasma. Uma instalação colorida da artista plástica e grafiteira Nina Pandolfo anima a entrada da cozinha. “Adoro essas pinturas que remetem a desenhos animados, meio japoneses, lúdicos, com animais, crianças. Tenho uma criança eternamente alimentada dentro de mim”, diz Reynaldo – ou Giane, como é conhecido entre os amigos. Nem sempre foi assim. Antes do câncer, a casa de Giane só tinha móveis pretos e brancos, nenhum objeto. A doença o internou no hospital e no apartamento paulistano. “Passei a fazer terapia e descobri que a casa é você. Comecei a encher as prateleiras de objetos de antiquário, transformar livros antigos em mesa, pintar parede de laranja e até pensei em fazer faculdade de arquitetura”, diz Giane. “Mudei tudo internamente com a doença. Tenho uma nova medula. E mudei minha casa. Agora tenho cantinhos que representam meu desejo de aventura, de pegar uma moto e sair pela América Latina.” De seu primeiro estágio em escritório de advocacia em São Paulo – quando, estudando Direito na PUC, conheceu a cidade “quase como um office boy, de metrozão e busão” – até hoje, Giane atravessou muitas estradas, algumas delas tortuosas. Ele não esquece que, na primeira novela na TV Globo, no ano 2000, assistia a seu desempenho “com o chicote nas costas”. “Eu era muito ruim, me sentia muito mal, não sabia nada, era estabanado, derrubava cenário do estúdio, meus colegas até se condoíam de mim, mas aprendi com a ajuda deles e dos diretores.”Apaixonado pela profissão, diz que quer retomar quanto antes o trabalho interrompido por causa da doença – ele interpretava, no teatro, o papel de vilão na peça Cruel, baseada num texto do sueco August Strindberg. Sentado no sofá do apartamento cada vez mais personalizado, Gianecchini falou sobre o câncer, a espiritualidade, as fofocas, a sexualidade, o trabalho e o futuro.

ÉPOCA – Você se sente curado?
Reynaldo Gianecchini – A operação de medula para mim foi um renascimento. Meu transplante é um pouco menos cabeludo do que os que se fazem com a medula de outra pessoa, quando pode rolar uma rejeição. Eu super me aceitei (risos). Meu transplante foi nada mais que uma quimioterapia muito pesada. Eu sabia que seria duro, mas não tinha noção. É uma quimioterapia que mata sua medula, aí você toma suas células de novo, as que foram salvas e são sadias. E essas células vão se reproduzindo para formar uma nova medula. Foi o único momento de meu tratamento em que eu pensei, caramba, será que aguento isso? É muito penoso. Seu corpo inteiro, por dentro, fica em carne viva. Não para nada dentro. Você come, vomita, tem diarreia. Comer ainda está uma briga, porque eu não tenho apetite.
ÉPOCA – Como ficou sua imunidade?
Gianecchini – Logo após o transplante, imunidade zero, por não ter mais medula. Você fica com febre, fica sujeito a tudo. Eu, graças a Deus, não tive nenhuma infecção. Fiquei o tempo todo no hospital, a gente fica bem isolado, não pode receber visita, nada. A boa notícia é que a operação é intensa, mas rápida. Em nove dias, minha nova medula já tinha “pegado”. Aí você é um bebê. A gente perde todos os anticorpos, tem de tomar todas as vacinas de novo.
ÉPOCA – O que você quer fazer agora?
Gianecchini – Nadar. E ir à praia no Rio.
ÉPOCA – Como será sua volta ao palco?
Gianecchini – A partir de 13 de março, vou começar bem devagar minha peça Cruel às segundas e terças. Faço o vilão, o cruel. Isso vai ser meio louco. Lidei com tanto amor, tanta gente vai me assistir, as pessoas tão carinhosas, querendo me rever no palco. E vou estar lá fazendo horrores (risos), supermalvado. Mas vou continuar muito cuidadinho. Tenho de me alimentar direitinho, e não quero trabalhar como um louco. Gravações de novela os médicos liberaram só a partir de junho.
ÉPOCA – Você continuará a fazer exames?
Gianecchini – Tenho de fazer exame de sangue sempre, porque ainda estou sujeito a pegar qualquer bactéria. São seis meses de acompanhamento mais profundo. Na verdade, são cinco anos de acompanhamento. Posso viajar, mas não posso ficar dando mole. Não posso ficar com gente gripada. Uma coisa meio chata é que, na minha peça em São Paulo, não vou poder receber as pessoas no camarim, ficar abraçando, beijando. Porque uma pessoa que pode nem saber que está gripada pode me custar muito caro.
ÉPOCA – Qual foi a primeira reação ao descobrir que estava mesmo com câncer?
Gianecchini – Meu médico me ligou e disse: “É. Vai para o hospital”. Minha mãe estava na cozinha aqui em casa fazendo comida. Pensei: como vou falar isso para minha mãe, se o marido dela, meu pai, está com câncer terminal? Era só isso que eu pensava. Sentia muito por minha mãe. Essa é uma notícia que não dá para rodear. Eu disse: “Mãe, eu tenho de ir para o hospital porque estou com câncer”. Não tinha outra maneira de falar. Ela desligou o fogão. A gente foi em silêncio absoluto para o hospital. Como sou jovem, eu podia receber uma quimioterapia muito forte. Era um campo de batalha feroz, mas falei: ‘Vamos lá!’ "
ÉPOCA – O que você sentiu?
Gianecchini – É como se um buraco se abrisse em sua vida, como se tudo começasse a passar em câmera lenta. O tratamento tinha um prazo de seis meses. Pensei: nesse tempo vou virar uma chavinha, nada mais vai me importar a não ser me curar.
ÉPOCA – Em que momento profissional chegou o diagnóstico?
Gianecchini – A doença me pegou num momento muito cheio de vida e de muitos planos de trabalho. Como disse, eu estava fazendo a peça Cruel. Quando me internei, dois dias depois ia começar a ensaiar um musical com Claudia Raia, Cabaret, que amo e está em cartaz lindamente. Ia voltar para a TV com uma novela. Foi uma rasteirinha.
ÉPOCA – Quais eram seus sintomas?
Gianecchini – Sentia umas dores, estava com o pescoço meio inchado, tinha acabado de operar uma hérnia, meu corpo estava meio esquisito, parecia uma gripe com dor de garganta, apareciam uns gânglios pequenos. Fui a um médico para verificar se era bactéria, virose. Fiz todos os exames possíveis, desde a coisa mais cabeluda até a mais simples. E deu tudo negativo. Até aí, beleza. Mas meu médico, infectologista, resolveu se certificar de tudo. O exame detectou que eu tinha gânglios no corpo inteiro. Daí para chegar ao câncer foi relativamente rápido, mas não se chegava a um diagnóstico. É preciso saber que tipo de câncer é, que subtipo. Câncer tem nome e sobrenome. Cada um tem um tratamento. Como eu me sentia bem, tinha dia que eu pensava: não é câncer. Eu tomava cortisona, sumiam os gânglios e a febre. Ficou um mês nisso. É. Não é. Fiquei um mês internado. Ficava num quarto, fazendo todos os exames, esperando os resultados, exames chegaram a ir para os Estados Unidos. Quando os laudos todos bateram, descobriu-se que era um tipo muito raro e agressivo de câncer.
ÉPOCA – De onde veio inicialmente sua certeza de cura?
Gianecchini – Eu aprendi, li sobre minha doença. Soube que era uma doença muito agressiva, mas que tinha um elemento positivo. Como ela é muito agressiva e sou muito jovem, podia entrar com um tratamento superagressivo e bater de frente. Com tumores menos agressivos, às vezes o tratamento pode durar a vida inteira. No meu caso, eu poderia receber uma quimioterapia muito forte, porque meu corpo conseguiria combater. A doença chegou com tudo, mas o remédio iria também com tudo. Um campo de batalha feroz, um tratamento muito intensivo, mas falei: “Vamos lá!”.
ÉPOCA – Você teve medo de morrer?
Gianecchini – O importante para mim era saber que valores eu precisava rever, qual o sentido de tudo isso. A primeira questão foi, sim, a morte. Caramba, pensei, a gente age como se não tivesse de lidar com isso. Estou lidando muito cedo, muito jovem, é claro que não quero morrer agora. Mas ela está aqui na minha frente. Comecei a fazer terapia para fuçar em mim tudo o que havia para fuçar, porque era o momento. A gente vive o dia a dia como se a morte não fosse uma certeza. A gente devia viver sempre com a certeza de que amanhã a gente pode morrer. Tanta coisa fica tão pequena, tão sem valor diante da possibilidade da morte. Decidi viver o presente, que é maravilhoso, sem passado e futuro. Comecei a viver de forma tão intensa que até nos momentos de introspecção eu ia muito fundo.
ÉPOCA – Você chegou a ficar na UTI porque a colocação de um cateter perfurou uma veia sua. Foi uma noite de sofrimento.
Gianecchini – Uma noite é delicadeza sua. Na verdade, foi uma intercorrência, um acidente cirúrgico bem grave. Era o primeiro passo, nem tinha feito quimioterapia ainda. E foi uma loucura. Eu poderia ter morrido ali facilmente. Uma cirurgia que deveria durar poucos minutos. Mas acordei sete horas depois, muito mal, com todas as minhas funções muito ruins. Fiquei 10 quilos mais pesado de tanto que inchei. Demorei dias para recuperar todas as minhas funções, minha pressão foi lá embaixo. Fiquei totalmente ferrado. O doutor Raul Cutait foi falar comigo, me explicou que foi uma fatalidade. Ele foi muito delicado. Vi que ele sentia muito. Acreditei nele. Eu não ia brigar, nem questionar. O cateter perfurou uma veia minha, e ela sangrou muito lá dentro, num procedimento muito simples que em 99% dos casos é bem-sucedido. Não vai mudar nada eu ficar buscando agora se foi erro ou não. Eu gosto do Raul. Mas ele não é meu médico. Ele é gastro e quis estar presente naquele momento.
ÉPOCA – Como surgiu a história de que você seria HIV positivo?
Gianecchini – Foi quando procurei o infectologista por causa da dor na garganta e dos gânglios. Logo se espalhou o boato: o cara tem HIV. Nunca desmenti nada. Porque eu ficaria eternamente nesse jogo. Mas agora acho melhor falar, até por respeito às pessoas que gostam de mim e nem comentam comigo. Eu não poderia jamais fazer o tratamento agressivo que fiz se tivesse aids. Primeiro chequei todos os vírus, todas as bactérias, para depois chegar ao câncer. Por isso posso dizer com toda a alegria do meu coração para quem se preocupa realmente comigo: “Eu não tenho aids”. Poderia mostrar um exame aqui, mas não é o caso. Já fui invadido com tantas mentiras absolutamente infundadas. Fui dado como morto. Alguém resolveu soltar essa notícia – e chegou às redações.
ÉPOCA – Foi o que aconteceu também com a história de seu ex-empresário, que disse ter recebido de presente um apartamento seu?
Gianecchini – Outro caso tratado de forma muito leviana. Essa é uma história que tem muitos desdobramentos, que envolve dinheiro, bens e contas. Ele não era meu empresário. Era uma espécie de administrador. Administrava toda a minha vida profissional e até minha casa. Como eu estava sempre viajando, precisava de alguém assim. É uma história que vai levar dez anos na Justiça. Eu o estou processando, porque tem muito dinheiro meu de que ele precisa prestar conta. Não é uma questão amorosa, definitivamente, que está em jogo. Não é uma questão homossexual. Fui ameaçado no meu patrimônio maior, a minha imagem. Mas é uma questão de trabalho, e precisa ser comprovado por A mais B onde foi parar meu dinheiro.
ÉPOCA – Você se considera hétero ou bissexual?
Gianecchini – Penso que essa questão da sexualidade é muito mais complexa do que as pessoas tendem a achar. Cada um tem sua sexualidade. Nunca tive uma história com um homem, nunca fui casado com um homem, nunca tive um romance com um homem. Mas a sexualidade, ou a sedução, é outra coisa. A gente é sexual no dia a dia sem transar. Conheço amigos que seduzem homem, mulher, seduzem a porta. A gente é mais sensual nos trópicos. Mas essas coisas são muito íntimas e, no meu caso, sou tão discreto que, se a história está publicada numa revista como fofoca, pode ter certeza de que é mentira.
ÉPOCA – Sua família é muito religiosa. Qual foi o papel da religião em sua cura?
Gianecchini – Existe uma distinção muito grande entre religião e espiritualidade. Religião é uma coisa às vezes perigosa, manipuladora, cheia de “não faça isso”, “não pode aquilo”. Uma religião pode até conduzir para o sentido contrário da espiritualidade. Respeito todas as religiões, mas acho que só vale o que nos coloca em contato com uma coisa maior. Só a troca nos coloca numa outra dimensão. A troca é o amor, a caridade. Tirar o foco de você e se doar, entrar numa outra sintonia. Como acredito no amor, a imagem que mais me alimenta é a do Cristo. Não me fiz de vítima. Achava que minha jornada seria tão enriquecedora que no final eu acharia tudo uma bênção. Como acho mesmo. Tive a oportunidade de ver como eu podia mudar tanta coisa. Tive um acidente cirúrgico bem grave, eu poderia ter morrido ali. Acreditei no médico. Ele me explicou que foi uma fatalidade. Eu não ia brigar "
ÉPOCA – Você chegou a se submeter a tratamento espiritual?
Gianecchini – Não fiz nenhum tratamento miraculoso para me curar. Pessoas no Brasil me procuravam, de todas as crenças e credos. Do rabino a alguém do candomblé, passando por evangélicos, católicos e espíritas. Sempre conversei com todos. Rezo sempre. Fui batizado, fiz primeira comunhão. Adoro ouvir o que as pessoas falam e sou grato por toda a energia positiva que as pessoas me enviaram orando por mim. Mas teve uma hora que precisei abstrair e ir buscar a minha crença.
ÉPOCA – E qual é sua crença?
Gianecchini – Não acredito que alguém vá colocar a mão na minha cabeça e me curar. Mas acredito em outras vidas, na reencarnação. E que é sempre para melhorar que voltamos. Para mim, não faz sentido ter uma vida só. Independentemente de religião, porque não me considero espírita.
ÉPOCA – Pensa em ter filhos?
Gianecchini – Meus amigos do interior falavam já aos 14 anos em casar e ter filhos. Comigo, nunca foi assim. Sempre fui uma alma muito solta. Adoro criança e sou um ótimo tio dos filhos de meus amigos, brinco a tarde inteira, mas depois devolvo – “vai com papai” –, porque eu fico exausto. Mas é verdade que, depois de encarar a morte, minha doença e a do meu pai, a ideia de ter um filho tem rondado minha cabeça. Mexe um pouco com o ciclo da vida, o sentido de tudo. Meu pai vinha passar as férias comigo. Geralmente no Rio de Janeiro. Mas a gente não participava tanto da vida um do outro. Ele ficou doente em janeiro do ano passado e já deram seis meses de vida para ele. Tenho certeza de que vou ser um pai incrível, muito presente.
ÉPOCA – Quando você ficou solteiro, passou a usar uma camiseta com a inscrição “Me pega”. Era um convite às mulheres?
Gianecchini – Faltou informação nisso. Era uma fase em que eu estava meio soltinho, querendo curtir a vida. Homem é muito mais solto, separa o sexo mais facilmente. Vi uma frase: “Me pega mas não se apega”. E mandei fazer a camiseta, só que o complemento da frase estava nas costas e ninguém fotografou. As mulheres se apegam. Não dá para curtir um pouco de sexo sem se apegar tanto?
ÉPOCA – Você disse que hoje as mulheres estão oferecidas demais.
Gianecchini – É, acho mais graça na sutileza. Pode esfregar o peito na minha cara, mas depois. Primeiro me conquista. Claro que às vezes tem uma graça na sedução barata. Homem pode ser bagaceiro demais. Mas a mulherada perdeu um pouco o rumo. Tem mulher que chega assim: vai me comer ou não? Porque, se não me comer, é gay. Logo respondo: não vou te comer e não sou gay. Gosto de mulher ousada, mas os dois precisam ter a sensibilidade de saber como chegar lá.
ÉPOCA – Se você brincasse Carnaval de que se fantasiaria?
Gianecchini – Não costumo pular, mas adoro bloco de rua. Os amigos me convenceram no ano passado que eu tinha de me fantasiar. Ninguém me reconheceu. Uma sensação muito boa. Eu fiquei muito, muito feio. Coloquei uns dentes enormes para fora. Acabou meu sorriso, é como se tivesse uma outra boca. Botei uns óculos e um negócio na cabeça. Curti horrores a tarde inteira no Leblon. Voltei para casa de ônibus e ninguém desconfiava, meus amigos riam muito. E a graça era só essa, porque eu não ia pegar ninguém com aquela cara.
ÉPOCA – O que o atrai numa mulher?
Gianecchini – Gosto de mulher forte. Tenho admiração. Diferentemente da maioria dos homens que costuma se concentrar se a bundinha está durinha, para mim o que é sexy é um conjunto de coisas, e a inteligência faz parte disso. No caso da Marília, tem vários fatores que a deixam super sexy. Não só a inteligência, mas a postura, a segurança, uma coisa de peitar o mundo. Quando as pessoas criticavam e preferiam acreditar que eu era gay por estar com uma mulher mais velha que não era “a gatinha”, eu falava: “Vocês não entendem nada do que é uma mulher sexy, ou têm outro conceito”. Tenho muita dificuldade em levar uma relação com uma pessoa que só tenha uma bundinha e um peitinho, pode ser uma delícia uma noite, mas ter uma relação envolve muitas coisas. Fui criado no universo feminino, com mãe, tias, vizinhas, primas, irmãs. Aprendi a respeitar a natureza da mulher. Nós, homens, somos mais escrachados. Mas gosto muito de ser um homem sensível.
ÉPOCA – Sua mãe disse que você nunca chorou de tristeza durante o tratamento.
Gianecchini – É louco eu falar isso, mas nem sei se tive momentos de tristeza. Eu pensava: tenho de ter uma participação ativa na minha cura. Não quero ficar aqui sentado na minha cama de hospital recebendo os remédios. Para falar a verdade, só chorei de emoção ao constatar o amor que vinha para mim. Uma carta ou uma pessoa que me parava no hospital com um sorriso enorme, força, estou junto com você. Falo e me arrepio. Eu embarquei muito nisso. De trazer o amor para mim. Voltar para o sentido real da vida. E o sentido era este: troca. Um aprendizado. Só pode ser esse o sentido. Trocar um olhar de amor. É isso que move a gente para um outro patamar. É isso que faz a gente até se curar.

fevereiro 24, 2012

Obrigado por fazer parte das 30.000 visitas do Lago em Foco




Essa semana o blog ultrapassou a barreira de mais de trinta mil visitantes. 


Agradeço primeiramente a DEUS por sua bondade e sua graça por 

ter me iluminado nessa empreitada frente à informação, em 

contrapartida, gostaria de abaixo de Deus, agradecer a todos os leitores, especialmente aqueles que contribuem com seus comentários.
Agradeço também nossos parceiros que nos direcionam bastante 

visitas, aos fieis utilizadores do blog, aos visitantes esporádicos e a 

todos os que me ajudaram, quer através das sugestões, quer através 

das criticas, deixo aqui o meu sincero agradecimento!

Muito Obrigado,O Lago em Foco também é de vocês!!!!!!!!!!!!!