Nem, chefe do tráfico de drogas da Rocinha, dentro do carro da Polícia Federal. (Foto: Agência O Globo)
O traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso no final da noite desta quarta-feira (9), no bairro da Lagoa, na zona sul do Rio de Janeiro. A prisão foi realizada em conjunto com policiais federais da delegacia de Repressão a Entorpecentes.
Segundo a polícia, Nem, que era considerado o traficante mais procurado da cidade, chegou a oferecer R$ 1 milhão aos policiais para não ser preso. O traficante estava no porta-malas de um carro ocupado por outros três homens. O veículo foi parado em uma blitz realizada por policiais do batalhão de Choque da PM, na avenida Borges de Medeiros.
Um dos ocupantes afirmou que era cônsul honorário do Congo no Brasil e se recusou a autorizar a revista no carro por policiais militares alegando imunidade diplomática. Então, agentes federais foram chamados e encontraram Nem escondido no porta-malas do veículo com uma grande quantia em dinheiro.
O traficante e os outros três homens foram levados para a sede da polícia federal no Rio, localizada na Praça Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro e devem ser transferidos ainda nesta quinta-feira para o Complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste.
A Polícia Federal ainda não descartou a possibilidade de um dos presos realmente se tratar de um cônsul, apenas afirmou que os três são advogados e possuem carteira da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) . A assessoria do Ministério das Relações Exteriores afirmou ao iG que está checando a informação junto com o Departamento de Polícia Federal (DPF).
A captura de Nem ocorreu horas depois de agentes do DPF ter prendido três policiais civis, um PM reformado e um ex-PM suspeitos de ajudarem na fuga de cinco traficantes que saíram da Rocinha. Cinco traficantes foram presos junto com os agentes.
Entre eles, Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, e Sandro Luís Amorim, o Lindinho, Peixe ou Foca, que comandam o tráfico no morro de São Carlos, no Estácio, na zona central, e Valquir Garcia, o Carré, que é o líder do morro da Coroa, no Catumbi, na mesma região.
Os suspeitos estavam em um comboio de quatro carros que seguia pelo bairro da Gávea, na zona sul. Com eles, foram apreendidos três fuzis, 11 pistolas, cinco granadas, dinheiro, joias, computadores e diversos carregadores.
Nem assumiu o controle do tráfico na Rocinha em 2005 após a morte do então líder Erismar Rodrigues Moreira, o Bem-Te-Vi em um confronto com a polícia. Durante os primeiros anos, dividiu o comando da comunidade com o traficante João Rafael Silva, o Joca. Este, no entanto, deixou a favela e acabou preso no Nordeste em 2007.
No início desta semana, a polícia recebeu informações de que o traficante teria procurado atendimento na UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) da Rocinha porque passou mal após ter consumido drogas em uma festa na comunidade.
A favela da Rocinha deverá ser ocupada no próximo domingo (13) para dar início a implantação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na comunidade.
Fonte: Portal IG
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